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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quanto você está ganhando com seu trabalho?


A remuneração é um fator de peso na escolha de muitos jovens no momento da escolha de um emprego e, bem antes disso, na escolha de um curso que vai lhe preparar para um trabalho e uma carreira profissional. Por isso é muito comum a influência da família e amigos nesta importante decisão afinal, quem é que nunca ouviu falar de algum adolescente indeciso na hora da escolha do curso para o qual vai prestar o vestibular ou até mesmo de um adulto que não se decide por um concurso público ou um novo trabalho?

O que muita gente boa por aí não leva em conta são os outros fatores que se “ganha”, que se deixa de ganhar ou até mesmo o que se perde pelo “simples” fato da escolha de seu trabalho, ou seja, do que você faz da vida. O ser humano não existe somente para ganhar dinheiro, por isso não se pode colocar ele com único fator na escolha de suas decisões ou assim só nos restará um mundo cada vez mais capitalista e ganancioso, vazio de alegrias e compaixão. 

Há trabalhos em que a boa remuneração vem acompanhada de estresse, de assédio moral, de humilhações, de depressão e até mesmo de suicídio pelo não cumprimento da metas empresariais (é o que se ganha a mais); Em outros poderão lhe dar a função de simplesmente executar uma tarefa em um tempo determinado, sem parar para pensar, como uma formiga operária, e não darão espaço para você expor sua criatividade, fazer um curso extra para aplicar na resolução de algum problema encontrado no ambiente de trabalho e ainda se redescobrir para uma nova função ou um novo trabalho (é o que você deixa de ganhar); E ainda existem os trabalhos em que você deixará de se alimentar bem, de fazer exercícios, de passear com sua família, de visitar seus amigos, de ir ajudar alguém necessitado e de acompanhar a vida de seus filhos, deixando-os a mercê da própria sorte com a ausência de pai e mãe (é o que você perde). 

Segue um conto para ilustrar:

Certa vez encontrei uma pessoa que pensava em estudar medicina, montar um consultório particular e só atender “quem tivesse dinheiro” afinal, dizia ele, tem tanta gente doente hoje em dia e está cada vez mais difícil de encontrar vagas em clínicas, hospitais, consultórios... todos lotados, o que levo a crer que é rendimento certo e eu ainda posso dispensar os casos que não serão interessantes pra mim.

Bem, eu lhe disse, há bastante tempo eu fiquei sabendo de um “médico famoso” que não tinha consultório particular. Ele visitava as cidades, tratava e cuidava muito bem de seus pacientes, seu tratamento era rápido e as pessoas logo ficavam curadas e saíam felizes para indicá-lo a outros enfermos, sem que ele pedisse para fazerem isso.

- Ele era louco? Ganharia mais dinheiro se receitasse um tratamento demorado. Teria uma velhice repleta de riquezas e dinheiro!

- Pra ser sincero ele não chegou nem a comprar uma casa pra ele, tampouco para a sua mãe.

- Está vendo? Foi burro, aposto que morreu velho e pobre.

- Na verdade ele morreu ainda jovem, não chegou a completar 35 anos, foi assassinado porque muita gente não gostava dele.

- Coitado (risos), nem chegou a aproveitar a vida. No lugar dele eu teria deixado uma estória de vida que valeria a pena de ser conhecida e até mesmo servida de modelo para as pessoas que a conhecessem, quem sabe com pupilos pelo resto do mundo. Qual é o nome desse tal de médico famoso de que você fala, de quem eu nunca ouvi falar, que morreu pobre e com uma legião de inimigos?

- Jesus Cristo.

Nesse momento ele fez silêncio, baixou a cabeça e com os olhos cheios de lágrimas disse:

- Perdão, Senhor Jesus.

Agora pense bem, quanto você acha que está ganhando com o seu trabalho?

Que a paz esteja sempre com você!!